quarta-feira, setembro 30, 2009

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO TRANSPORTE ALTERNATIVO DE IMPERATRIZ

Venho observando com bastante atenção, ainda que à distância, a reivindicação dos taxistas de lotação junto à Câmara de Vereadores de Imperatriz. Tal movimento assemelha-se àquele feito pelos mototaxistas há algum tempo atrás, merecendo, por isso, algumas reflexões para a otimização desses tipos de serviços. Para isso, convém que analisemos e destaquemos as vantagens e desvantagens dessas duas formas de transportes alternativos. Iniciemos, então, pelas vantagens que são comuns a ambos os serviços: tarifa diferenciada, embarque/desembarque a critério do cliente, tempo de espera menor, oportunidade de emprego para os pais de família e jovens e a popularização dos serviços para os menos favorecidos sócio-economicamente.

Porém, existem também algumas desvantagens dentre as quais destacamos a vulnerabilidade a acidentes expondo as vidas que fazem uso desse serviço. O Hospital Municipal contabiliza diariamente tais ocorrências. Não pense, amigo/a leitor/a, que o risco está limitado aos que usam moto-taxis, apenas. Nós, que estamos no trânsito, corremos sérios riscos de sermos vítimas igualmente, ou vá me dizer que nunca perdeu a paciência, quando um mototaxista conduz seu veículo, prestando maior atenção aos pedestres nas calçadas (possíveis passageiros) do que ao trânsito à frente, ou ainda, quando um táxi-lotação pára o trânsito, sem usar o sinal pertinente à parada, para pegar ou deixar um passageiro, impedindo assim o fluxo normal de veículos e provocando em nós uma reação automática de frenagem abrupta a fim de evitar colisão. Aliás, se for verdade que não podem estacionar ou parar a 50 metros de pontos de ônibus, tal regulamento é diuturnamente desrespeitado. Ninguém fiscaliza?

Os capacetes disponibilizados são tão sujos! É preciso redobrar os cuidados de higiene, pois a temperatura na cidade é quente, a transpiração torna-se excessiva, nem todos têm um odor de suor agradável; fora isso, o que dizer daqueles que tem a pele oleosa? Resultado: capacete ensebado, malcheiroso, berçário de bactérias, fungos e ácaros dispostos a transmitirem sérias doenças de pele.

O táxi-lotação não oferece esse risco porém, o amontoado de passageiros em um veículo, com ou sem ar-condicionado, propicia o contágio de doenças respiratórias e outras tantas que podem ser transmitidas pela saliva. A gripe suína só não se aproveita disso porque nosso clima não favorece sua instalação. Seja capacete sujo, desatenção na condução do veículo ou maior proximidade das pessoas, o risco à vida e à saúde está potencialmente presente.

A frota de carros e motos aumentou consideravelmente na última década, graças à estabilidade da moeda, às facilidades de financiamento e ao melhor poder aquisitivo dos trabalhadores de nossa cidade. Isso é bom e significativo por um lado, mas péssimo por outro. Você já se viu dando voltas por vários quarteirões, tentando encontrar onde estacionar seu veículo? Já se estressou ao ver motos, bicicletas mal estacionadas tomando espaço de um carro? Já disputou com camelôs, vendedores de lanches em bicicletas, ou de frutas mesmo, uma vaguinha pra estacionar? É vital fazer uma reengenharia na cidade com vistas a oferecer vagas para estacionamento, assim como segurança para todos aqueles que estão dia-a-dia no trânsito.

Pois bem, minhas reflexões não se limitam a apontar o que está errado mas, sobretudo, sugerir algumas recomendações a quem de direito. Se 62% da população é favorável à regulamentação dos serviços do táxi-lotação, é preciso estabelecer critérios para a liberação. Vejamos: 1) limitar o número deles e só permitir aqueles que são proprietários de apenas um automóvel, ou de uma moto. Lógico! Se o argumento é que pais de família precisam garantir o leite das crianças, se eles tivessem uma frota de táxis ou motos já cometeriam abuso por estarem tirando a oportunidade de outro pai de família. 2) Exigir como pré-requisito para obtenção do alvará, além da comprovação de freqüência em curso de direção defensiva com carga horária não inferior a 30 horas (aulas práticas e teóricas), um curso de saúde preventiva e outro de relações interpessoais, renováveis a cada ano, afinal, o aperfeiçoamento contínuo é bom para qualquer segmento profissional. Tudo isso para oferecer serviço de qualidade aos usuários desses transportes e aos que trafegam em nossa cidade. 3) Fiscalizar a comercialização de alvarás, para evitar a venda, o aluguel, enfim, os atravessadores, oportunistas.

Sugiro, também, ao meu amigo em particular, o Cabo J Ribamar, que solicite vagas de concurso para aumentar o número de agentes de trânsito, para que assim possam acompanhar, orientar e multar, se necessário, aqueles que desrespeitarem o regulamento previamente estabelecido. Coibir os que trabalham na ilegalidade, na clandestinidade, aqueles que concorrem de maneira desleal com os que cumprem seus deveres, os que recolhem tributos aos cofres do município e do Estado. É preciso também organizar o estacionamento do centro comercial e adjacências em forma diagonal; delimitar espaço para bicicletas e motos.

E ainda, quanto aos prestadores de serviço de transporte alternativo, eles também terão de ter ponto de apoio, senão o caos perdurará! Nada disse sobre as vans, nem sobre o Mercadinho, assunto que fica para um próximo encontro. Até lá!


Este artigo foi publicado no Jornal O Progresso, no dia 30/09/2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário