quarta-feira, julho 08, 2009

O QUE FALTOU NA CAVALGADA?

Convido você amigo/a leitor/a para refletirmos e avaliarmos sobre evento tão esperado, a cavalgada, que abalou Imperatriz e mobilizou cavaleiros e amazonas de várias cidades da região tocantina.

Ano após ano, é maior o número de adeptos e simpatizantes do referido movimento. Há, inclusive, a presença de autoridades políticas de renome nacional que já têm em suas agendas o compromisso anual de acompanharem e prestigiarem o evento. Não há a menor dúvida de que a Cavalgada já é uma tradição em Imperatriz.

Porém, é preciso repensá-la em termos de uma melhor organização. A cidade não pode parar por conta do evento. Os problemas decorrentes da desorganização permanecem os mesmos e a comissão organizadora parece não tê-los diagnosticado ainda.

O propósito desta matéria é ajudar a comissão, através de sugestões e assim, amigo/a leitor/a, otimizar a Cavalgada para mostrar em rede nacional que Imperatriz não é tão provinciana como tem parecido.

Se a abertura oficial foi no domingo (5/7), como é o caso deste ano, começo por sugerir que o evento ocorra neste dia, afinal comerciantes e comerciários poderão aderir em número maior, se assim o desejarem, lógico, e os consumidores, nós o povo, que temos por hábito ficar em casa aos domingos não precisaremos enfrentar o trânsito caótico deste dia, se não quisermos, pois geralmente, trabalhamos aos sábados e temos compromissos a cumprir em diversos pontos da cidade e esse deslocamento se torna INVIÁVEL quando a cavalgada é realizada naquele dia da semana.

Será que os organizadores atentaram para a importância de uma consultoria em engenharia de tráfego para o evento? O percurso precisa ser milimetricamente traçado e obedecido, é claro que os agentes de trânsito, além da polícia militar, precisarão trabalhar exaustivamente nesse dia. Sugiro até que os soldados do 50 BIS deem uma mãozinha. Antecipadamente, a população deverá ser informada por via midiática do percurso e da duração do evento, pois, da forma como está, parece não ter hora para começo e término. Assim, saberemos quais vias estarão livres para se trafegar regularmente e a cidade funcionará normalmente.

Já que falamos em horário, sugerimos que seja na alvorada ou, se preferirem, no finalzinho de tarde (crepúsculo). É uma atitude insana que no horário em que o sol é mais prejudicial à saúde das pessoas (e dos coitados dos animais), seja exatamente o horário escolhido para a cavalgada. Pelo o que vi o sol escaldante provoca o desejo de beber, mas não pense amigo/a leitor/a que seja água, aliás vi de tudo: cerveja, wisky, red bull, cachaça serem ingeridos por um número expressivo de pessoas e o que é entristecedor, muito jovens ainda. Porém, não vi cena alguma na qual uma alma caridosa desse água pelo menos aos animais, coitados! Além da sobrecarga de peso e do calor que enfrentam (e eles não podem se abanar), ficam extremamente cansados e sedentos. Onde estão os técnicos da AGED e do IBAMA para fiscalizarem os maus tratos aos bichinhos?

“Álcool e direção não combinam” não é assim o slogan, amigo/a leitor/a? Só na teoria. Não vi ninguém que estivesse ao volante ser submetido ao teste do bafômetro. Isso mesmo, ao volante! Ué, mas não era Cavalgada?! Era, em tempos pregressos. Na Cavalgada eu vi Scania, muitos automóveis, caminhão (daquele que carrega areia do rio sendo usado como uma piscina móvel, você acredita amigo/a leitor/a? Quanta criatividade!), motos, bicicletas, pedestres até! Creio que o caos provocado no trânsito deveu-se a isso também.

Organizadores, atentem para a etimologia da palavra CAVALGADA: é preciso pôr ordem nela! Não pode continuar assim.... Que tal resgatarmos a história da cavalgada, do tempo em que apenas carroças enfeitadas, cavaleiros e amazonas montados faziam o desfile? Que tal premiar as mais bonitas?

Outra coisa; nós conseguimos regular nossas atividades fisiológicas mas os animais não! A cidade ficou emporcalhada! Tem de se pensar em um acessório, obrigatório para os animais fazerem suas necessidades, enquanto caminham. As praças e calçadas, teoricamente para pedestres, foram disputadas por eles, consequentemente, deixaram a sujeira por lá.

Imperatriz cresceu muito minha gente, mas é preciso dar exemplo de civilidade; precisamos provar que não somos mais uma província. Como provar? Comecemos por demonstrar usando planejamento estratégico para a Cavalgada, esse seria um bom começo, o que te parece amigo/a leitor/a?

Além de tudo isso que avaliei, sugiro abrir inscrição para participação no evento. Por que não? Do jeito que está, parece-me, que é na base do vai quem quer e não pode ser assim! Uma semana antes, o Sinrural entregaria uma numeração para cada inscrito (que deveria se afixada nas carroças) e todos, comissão organizadora e a população, saberiam ao certo o número total de participantes.

Sendo assim, com a apresentação das sugestões elencadas, esperamos estar colaborando para o sucesso de Cavalgadas vindouras.

Boa sorte e até lá!


Este artigo foi publicado no Jornal O Progresso, no dia 08/07/2009.

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